EncontroAfro emociona Jarinu com voz, história e força preta
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02 de julho de 2025
O EncontroAfro 2025, promovido pelo Coletivo Preta Eu, lotou o plenário da Câmara Municipal de Jarinu em uma celebração de arte, memória e resistência. O evento marcou também a abertura da primeira Feira Literária Afro-Brasileira de Jarinu, provando que valorizar a cultura preta é, acima de tudo, um ato político. "Mais do que uma arte, é simbólico, é um passo importante na valorização da cultura negra em espaço de poder e representatividade", afirmou Silvia, do coletivo Preta Eu e mestre de cerimônia do evento.
Vozes potentes ecoaram pelo plenário
Isabelle dos Santos Rosa, representante do Movimento Hip Hop, lembrou que a conquista desse espaço é resultado de luta, destacando que "é importante decretar essa voz, essa força... Chegamos até aqui pela luta contra o racismo e o sexismo."
Maria Heloisa, falando em nome das religiões de matriz afro-brasileira, parabenizou o "coletivo Preta Eu e todos que lutam por uma vida melhor, sem racismo e preconceito."
Arine Ribeiro, presidente do Conselho de Igualdade Racial, destacou a importância da memória, afirmando que "esta feira (literária, aberta com o evento) é uma celebração da palavra preta, da memória e da arte que foi transmitida de geração em geração, muitas vezes apagadas pelo silenciamento histórico" enfatizando que "quando uma mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se move com ela".
A força da poesia também esteve presente, com a recitação de "Me gritaram negra", poema da compositora, coreógrafa e desenhista, expoente da arte afroperuanada Victoria Eugenia Santa Cruz Gamarra, pela Dra. Benedita Aparecida da Silva, da Comissão de Igualdade Racial de Atibaia.
A Dra. Rúbia Fernanda, também da comissão da OAB de Atibaia, resumiu: "É um orgulho participar deste evento, que representa resistência e alegria."
Daniele Rodrigues, assessora da Secretaria da Cidadania de Jarinu, fez um chamado direto ao respeito, lembrando que "a mulher negra é o grande foco das desigualdades sociais e sexuais".
Onix Jamaica, diretora cultural do Coletivo Preta Eu, emocionou ao lembrar das que vieram antes: "Celebramos a luta e a coragem das mulheres negras que vieram antes de nós e das que seguem construindo novas possibilidades"
A secretária municipal de Cultura, Turismo e Lazer, Iohana Janing, reforçou a importância histórica do momento afirmando que o evento abre "espaço para algo que nunca deveria ter sido esquecido: a presença, a força, o brilho e a importância da mulher negra... Vocês são grandiosas, sábias e inspiram muitas mulheres só com o olhar, sorriso e palavras".
Areli Formaggio, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, apontou esperança para o futuro: "Espero que essa pauta seja cada vez mais falada e discutida, até que um dia não precisemos mais brigar, porque todos terão entendido que somos iguais e portadores dos mesmos direitos".
A prefeita municipal Débora Prado defendeu que, mais que palavras, é preciso ação. "O que é mais importante vai além do discurso: é atitude, é acolher com amor e lutar com delicadeza", afirmou lembrando que "nem toda conquista vem fácil, às vezes é na força. Mas buscamos não só igualdade, mas justiça: equilibrar a balança."
Débora encerrou estar feliz por Jarinu viver "hoje esse protagonismo da cultura preta, reconhecendo que a maior parte da nossa sociedade é negra".
O presidente da Câmara Municipal, Rogério Sapão, autor do projeto que criou o "Dia da Mulher Negra" no município, destacou o papel do Legislativo. "O EncontroAfro vai muito além da programação cultural... É ato de resistência, afirmação e valorização da identidade negra... Essa Câmara estará sempre aberta para ampliar espaços de fala e visibilidade da população negra, principalmente das mulheres", afirmou.
Palestra: A Invisibilidade e a Saúde Mental da Mulher Negra
Stephanie de Oliveira, doutora em psicanálise clínica e mentora de alta performance, apresentou uma palestra impactante sobre a invisibilidade e a saúde mental da mulher negra, destacando a necessidade de políticas públicas antirracistas. Ela enfatizou que este mês de julho é muito representativo para a mulher negra, e o evento é um momento de conscientização e afirmação.
A psicanalista enfatizou que as mulheres negras representam 55,5% da população brasileira, as convocando a reconhecer seu lugar de "rainhas" e a lutar para deixar um legado de amor, acolhimento, posicionamento e inspiração para as futuras gerações. (A íntegra da palestra está no YouTube, no vídeo do evento: https://youtube.com/live/-hHXsWm8jqY).
Mês inteiro de cultura e resistência
A programação do EncontroAfro 2025 segue ao longo de julho, com rodas de conversa, exposições e ações culturais que ampliam a reflexão sobre pertencimento e identidade.
O EncontroAfro 2025 em Jarinu mostra que celebrar a cultura preta é reafirmar memória, construir futuro e lembrar que resistência também é poesia, voz e presença.
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